O presidente Jair
Bolsonaro (PL) vetou o trecho de um projeto de lei aprovado pelo Congresso que
restringia operações policiais em escritórios de advocacia. A decisão foi
publicada na edição desta sexta-feira (3) do "Diário Oficial da União (DOU)".
Bolsonaro sancionou, por
outro lado, o trecho que proíbe advogados de fazerem colaboração premiada
contra clientes ou antigos clientes.
O texto foi apresentado
em 2020 depois de várias operações de busca e apreensão realizadas pela Polícia
Federal em escritórios de advocacia, pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
O projeto proibia a
determinação judicial cautelar, caso de operação de busca e apreensão, que
viole o escritório ou o local de trabalho do advogado, se estiver baseada exclusivamente
em delações premiadas que não estejam confirmadas por outros meios de prova.
O texto dizia ainda que a
medida judicial que violasse escritório de advocacia ou local de trabalho de
advogado só seria determinada em "hipótese excepcional" e desde que
houvesse fundamento em indício por parte do órgão de acusação.
Bolsonaro sancionou o
projeto, mas vetou esses dois trechos, com o argumento de que cabe à Justiça
decidir se autoriza as buscas em cada caso, e que as medidas aprovadas pelo
Congresso poderiam comprometer a atuação das autoridades policiais.
O presidente vetou também
o trecho que garantia ao advogado que teve documentos e de dispositivos de
armazenamento de informação apreendidos o direito de acompanhar a análise
desses materiais, acompanhado de um representante da OAB.
Bolsonaro argumentou que
não dá para permitir ao investigado acompanhar todas as partes da investigação,
pois algumas das diligências são sigilosas.
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