Brasil já registra ao menos 16 casos de varíola dos macacos.
A prefeitura do Rio de Janeiro, através de sua
secretaria de saúde, confirmou na noite desta quinta-feira (23/06) mais dois
casos de varíola dos macacos envolvendo residentes do município. As ocorrências
se somam a outras 14 já registradas no país, conforme informou mais cedo o
Ministério de Saúde. Dessa forma, já são 16 casos reconhecidos por autoridades
sanitárias. Eles estão distribuídos por três estados: são dez ocorrências em
São Paulo, quatro no Rio de Janeiro e duas no Rio Grande do Sul.
Segundo a prefeitura, os
dois novos casos confirmados envolvem homens, de 25 e 30 anos. Nenhum deles tem
histórico de viagem internacional recente ou contato com viajante. Portanto,
são possivelmente dois casos autóctones, isto é, a infecção ocorreu dentro do
estado.
Considerando as novas
ocorrências, a capital fluminense registra agora três casos confirmados. Todos
os pacientes estão em isolamento domiciliar e sendo monitorados diariamente.
Segundo a secretaria de saúde do município, eles apresentam boa evolução
clínica. O órgão também informa que está monitorando pessoas que tiveram
contato com os infectados. A cidade de Maricá responde pela outra ocorrência já
confirmada no estado do Rio.
O levantamento divulgado
mais cedo pelo Ministério da Saúde, embora ainda não contabilizasse os dois
novos casos do Rio de Janeiro, incluía três ocorrências do estado de São Paulo
que também foram confirmadas hoje. Todos os pacientes são do sexo
masculino e residentes na capital paulista. Segundo o Ministério de Saúde, dos
14 casos até então relatados, três eram considerados autóctones. Outros 11
foram classificados como importados, uma vez que os pacientes possuem histórico
de viagem para a Europa.
Quadros estáveis
Até o momento, não há no
país registro de casos que evoluíram para uma situação grave. Tanto o
Ministério da Saúde como as autoridades sanitárias estaduais e municipais têm
relatado quadros clínicos leves e estáveis. Na Europa, onde estão concentrados
mais de 80% das ocorrências do surto atual, também não há notificação de
óbitos.
Há duas cepas conhecidas da
varíola dos macacos. Uma delas, considerada mais perigosa por ter uma
taxa de letalidade de até 10%, é endêmica na região da Bacia do Congo. A outra,
que tem uma taxa de letalidade de 1% a 3%, é endêmica na África Ocidental e é a
que tem sido detectada em outros países nesse surto atual. Ela produz
geralmente quadros clínicos leves.
Conhecida internacionalmente
como monkeypox, a varíola dos macacos é endêmica em regiões da África. Em maio,
começaram a ser detectados novos casos na Europa e nos Estados Unidos, gerando
uma preocupação sanitária internacional. Desde então, segundo Organização
Mundial de Saúde (OMS), mais de 2 mil casos já foram notificados em
mais de 40 países.
A doença é causaada por um
vírus da família dos poxvírus, a mesma da varíola humana, erradicada em 1980.
Ela tem esse nome por ter sido detectada inicialmente em colônias de
macacos, embora possa ser encontrado principalmente em roedores. Entre pessoas,
a transmissão ocorre por contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas
infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias.
A infecção costuma
resultar em um curto período de febre, seguido da formação de lesões e nódulos
na pele ou erupção cutânea generalizada. Após a contaminação, os primeiros
sintomas aparecem entre seis e 16 dias. As lesões progridem para o estágio de
crosta, secando e caindo após um período que varia entre duas e quatro semanas.
O maior risco de agravamento envolve pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS,
transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes, crianças
com menos de 8 anos de idade e pacientes com leucemia, linfoma ou metástase.
Não existe um tratamento
específico. Como prevenção, a pessoa doente deve ficar isolada até que todas as
feridas tenham cicatrizado. Também é recomendado evitar contato com qualquer
material que tenha sido usado pelo infectado. Outra medida indicada pelas
autoridades sanitárias é a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão
ou utilizando álcool gel.
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