“Sem a doação de sangue, eu não estaria viva”, diz sobrevivente de leucemia.
“Sem a doação de sangue,
eu não estaria viva”, esse é o relato de Sara Moutinho, de 32 anos, que durante
a luta contra a leucemia ficou 13 dias internada em uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) em um hospital de Teresina, precisando receber 10 bolsas de
sangue por dia, o que foi essencial para ela conseguir sobreviver. Conheça a
história de Sara, nesta terça-feira,14 de junho, quando é comemorado o Dia
Mundial do Doador de Sangue.
A batalha de
Sara pela vida começou em abril de 2018, quando ela descobriu que estava com
leucemia, após alguns sintomas, como cansaço, fadiga, machas roxas pelo corpo e
infecções recorrentes.
“O sintoma que
deu o start para buscar ajuda médica foi quando tive uma veia no braço direito,
que inchou e doeu muito, isso em fevereiro. Então fui para urgência, mas lá não
fazem muita coisa. Fiz raio x e não deu nada, mas o exame de sangue, os meus
leucócitos estavam bem baixos, mas lá disseram que era anemia e que eu
precisava ver um especialista por causa da veia. Então fui em um ortopedista,
depois reumatologista, depois para um angiologista, e nisso meu braço muito
inchado. Aí o médico disse que deveria ir no hematologista, foi quando conheci
a minha médica, em março de 2018”, explicou.
Ela precisou
passar por mais exames, até que foi diagnosticada com leucemia. Sara Moutinho
precisou ser imediatamente internada para iniciar o tratamento.
Foi durante o
tratamento que ela teve uma piora no seu estado de saúde. Sentindo muita dor e
sem conseguir respirar direito, ela foi internada em uma UTI, momento em que
precisou ser entubada, no dia 5 de maio.
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Ela afirmou que
esse foi o primeiro momento em que teve realmente medo de morrer. “Foi um
sentimento de desespero, de preocupação, e ainda mais por causa da minha filha
que só tinha 3 anos e pela minha mãe que já faleceu, ela teve câncer de cólon
de útero quando eu tinha 6 anos, e a última imagem dela que tenho é no
hospital, com ela cheia de fios e sem falar. Então naquele momento eu tive medo
de morrer, nos outros momentos eu tinha esperança, mas naquela hora bate o medo
de morrer. Quando entrei na UTI, eu fiquei com medo de dormir e não acordar
mais”, declarou.
Como estava com
os leucócitos muito baixos, qualquer pequeno corte, ela poderia sangrar muito,
por isso foi necessária a doação de sangue. Como Sara entubada, amigos e
familiares iniciaram uma campanha de doação de sangue, que foi essencial para
ela conseguir se restabelecer e conseguir sair da UTI.
“Quando eu estava na UTI,
usava 10 bolsas de sangue por dia, fiquei na UTI por 13 dias, usava também uma
bolsa separada de plaquetas e de plasma, muita gente me ajudou e eu agradeço de
coração a todos que me ajudaram, muitos amigos, família e muita gente
desconhecida, então sou imensamente grata. Teve algumas pessoas que fizeram
transfusão por aférese, que é mais difícil e dolorido, que é para extrair
diretamente as plaquetas e o plasma, e eu agradeço imensamente”, afirmou.
Ela destacou
que sem a doação não teria conseguido sobreviver. “Se não fosse doação de
sangue e a campanha, eu não estaria viva, disso eu tenho certeza. Justamente no
período que mais precisei foi no mês onde normalmente fica baixo o estoque de
sangue, em maio, então fiquei doente nesse período mais crítico. Agradeço a
todos que me ajudaram, meu coração é só gratidão por estar viva por causa da
doação de sangue”, destacou.
Após 13 dias
internada, ela conseguiu sair da UTI e continuou seu tratamento. Ao todo, Sara
ficou 42 dias internada, até que teve alta e conseguiu voltar para casa.
Em dezembro de 2018,
exames apontaram que ela não tinha mais células cancerígenas, então a
quimioterapia foi encerrada. Ela então passou a tomar alguns remédios, já que
só pode ser considerada curada, após cinco anos do desaparecimento das células
cancerígenas.
“Foi uma
verdadeira vitória, um milagre de Deus, eu acredito nisso. Sem a campanha de
sangue eu não estaria viva”, disse Sara.
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