Por medo de perder as eleições, Bolsonaro quer
antecipar o pagamento do Auxílio Brasil
Na esteira
da promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Eleitoral
que amplia benefícios sociais a três meses das eleições, o governo quer mudar
de forma definitiva o cronograma de pagamento do Auxílio Brasil.
O objetivo é
antecipar o calendário de pagamentos para a primeira quinzena de cada mês.
Atualmente, o pagamento é feito nos últimos 10 dias úteis, de acordo com o NIS
(Número de Identificação Social), como funcionava no Bolsa Família, marca da
gestão petista. Com isso, o novo piso do programa, que sobe de R$ 400 para R$
600, será pago antes
A antecipação
do pagamento tem por objetivo desvencilhar o programa de transferência de renda
do presidente Jair Bolsonaro, em vigor desde novembro de 2021, do Bolsa
Família, bandeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A meta do
Palácio do Planalto é começar a realizar o pagamento dos novos benefícios no
dia 9 de agosto. Entre eles, o aumento do piso do Auxílio Brasil, que passará
dos atuais R$ 400 para R$ 600, um auxílio para caminhoneiros autônomos de R$ 1
mil de seis parcelas, além para um benefício a taxistas, em torno de R$ 200.
As bondades
duram até dezembro de 2022 e vão gerar um gasto extra de R$ 41,2 bilhões. A PEC
foi promulgada pelo Congresso Nacional na quinta-feira.
O governo tem
pressa por causa do resultado das pesquisas de intenção de votos, que aponta
Lula na frente na corrida ao Planalto. De acordo com um ministro palaciano, a
expectativa é que o aumento do Auxílio Brasil mude os ânimos dos eleitores a
favor de Bolsonaro, sobretudo na região Nordeste e interior do estado de Minas
Gerais.
Segundo
técnicos do Ministério da Cidadania, a pasta está preparada para rodar a folha
do Auxílio Brasil antecipadamente. Os pagamentos de julho começam na próxima
segunda-feira para um universo de 18 milhões de famílias, que ainda vai receber
o piso de R$ 400.
O Ministério
tem o desafio de incluir no programa dois milhões de famílias que estão na
fila, em agosto.
Além da mudança
no calendário de pagamento do Auxílio Brasil, Bolsonaro foi aconselhado a
explorar um dos aspectos do programa: as mulheres, segmento com alta rejeição
ao presidente. A tática começou a ser adotada por ele durante a solenidade de
promulgação da PEC.
Uma pesquisa
encomendada pelo governo ao Ministério da Cidadania revela que a maior parte do
público beneficiado pelo Auxílio Brasil são pessoas do sexo feminino.
Considerando dados de julho, as famílias chefiadas por mulheres representam
84,7% do público atendido, o que abrange 15,3 milhões de um universo de 18
milhões.
Fonte: IG
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