Um homem armado com um facão invadiu três
igrejas, matou um sacristão, feriu outro e machucou mais três pessoas no início
da noite desta quarta (25) em Algeciras, no sul da Espanha.
O caso está sendo tratado pela polícia
como um ataque terrorista, enquanto a imprensa espanhola fala de um atentando
jihadista proferido por militantes islâmicos. Algeciras é uma cidade portuária
de 120 mil habitantes localizada no estreito de Gibraltar, que separa a Espanha
do Marrocos.
O suspeito, que foi preso pela polícia,
usa barba e teria ascendência da região do Magreb (que abrange países no
noroeste da África). Segundo os relatos, ele vestia uma chilaba, túnica
tradicional do Marrocos que cobre o corpo desde o pescoço até o tornozelo, e
portava uma masbaha, espécie de rosário muçulmano.
- ANÚNCIO -
A arma usada nos crimes foi um facão de
estilo oriental, adornado por cordas, e que trazia uma espécie de caveira
desenhada próximo à ponta.
O ataque aconteceu por volta das 19h (15h
no horário de Brasília) e começou quando o agressor entrou na capela de San
Isidro, no centro da cidade, portando e exibindo a machete.
As tentativas do padre Antonio Rodríguez
de fazê-lo sair do templo levaram o agressor a se voltar contra ele,
atingindo-o no pescoço. O padre, que está internado em estado estável, chegou a
conversar com o agressor antes de ser levado de ambulância ao hospital Punta de
Europa.
Em seguida, o homem andou quatro
quarteirões e entrou gritando na igreja de Nossa Senhora de La Palma, onde um
serviço estava sendo celebrando. Com o facão, ele derrubou cruzes e velas que
encontrava pelo caminho e foi em direção ao altar.
O sacristão Diego Valencia tentou fazer
com que ele fosse embora, mas, com a aproximação do homem armado, correu e
acabou caindo no chão. O agressor, então, baixou violentamente a arma em sua
cabeça. Valencia morreu no local.
A terceira igreja envolvida é a capela da
Europa, que fica em frente à de La Palma. Não está claro se houve feridos ali,
mas agentes falam em três outras pessoas que precisaram ser atendidas. A
polícia federal espanhola afirmou que, até o momento, as motivações para o
crime são desconhecidas. As autoridades isolaram a praça Alta, no centro da
cidade.
Pouco após a ação, políticos e entidades
se manifestaram em repúdio a ela. O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, ofereceu
condolências aos familiares do sacristão morto no que chamou de "terrível
ataque". O líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular
(PP), se disse consternado.
Definindo o caso como terrível e
devastador, o presidente do governo regional da Andaluzia, Juan Manuel Moreno,
pediu que se evite conclusões precipitadas sobre a motivação.
A Igreja Católica da Espanha, por meio do
secretário-geral da Conferência Episcopal, Francisco César García Magán, também
lamentou os fatos. "Pedimos ao Deus da vida e da paz a pronta recuperação
dos feridos."
Os últimos atentados jihadistas na
Espanha remontam a agosto de 2017 e ocorreram em Barcelona e no balneário de
Cambrils, ambos na Catalunha. Os ataques, reivindicados pelo grupo Estado
Islâmico, deixaram 16 mortos e 140 feridos. Três sobreviventes da célula
terrorista foram condenados a 8, 46 e 53 anos de prisão.
Postar um comentário